Elysia Chlorotica, este é o nome do animal que desafia a classificação cientifica das espécies, isso porque essa lesma-do-mar que vive em uma região entre a Nova Inglaterra e o Canadá muda seu reino de animal para animal-vegetal em um determinado momento de sua vida. Sim, Elysia é o primeiro animal multicelular a ser conhecido como animal e planta ao mesmo tempo. Cientistas descobriram que esta espécie consegue sobreviver por até nove meses realizando o processo de fotossíntese produzindo a chamada Clorofila-A (a mais habitual das clorofilas entre as plantas). Para realizar esse feito, a espécie do molusco agrega ao seu DNA organelos celulares, os cloroplastos, "roubados" de algas da espécie Vaucheria litorea, esses organelos são responsáveis pelo processo de fotossíntese fixando CO2 em moléculas orgânicas utilizado a energia provinda da luz. O cloroplasto adentra aos citoplasmas das células digestivas do animal que continua a fabricar os carboidratos e lipídios responsáveis por sua nutrição. O animal não só desafia os conceitos mudando de maneira observável a sua espécie, como também altera o seu reino quebrando todas as barreiras possíveis que conheciamos até hoje a respeito da evolução dos seres.
Sidney K. Pierce, professor emérito da Universidade do Sul da Flórida e da Universidade de Maryland dedicou 20 anos para estudar estes animais, segundo dados colhidos por ele, o gene responsável pela incorporação dos organelos ao organismo da lesma são transmitidos para a próxima geração, a próxima geração continuará precisando "roubar" os cloroplastos de novas algas através de um processo conhecido como endossimbiose para fazer a fotossíntese, mas já possuem o gene necessário para fazê-los funcionar.
Fonte: sciencenews.org