Em 1095 durante o concílio de Clermont, Oto de Chantillon, naquele tempo bispo de Roma e líder mundial da Igreja Católica Romana, também chamado de Papa Urbano II, concedeu indulgências plenárias aos cristãos que tomassem rumo ao Oriente como peregrinos e com a chamada salvação divina garantida aos que morressem em confrontos pela conquista do território de Jerusalém contra os que eram considerados pagãos pela igreja, em sua maioria muçulmanos. Era o início do que hoje é conhecido como Cruzada, que viria a ter início prático no ano seguinte, há muito lembrada pelas participações históricas e marcantes dos cavaleiros templários.
De 1096 até os dias atuais ocorreram nove cruzadas e diversos conflitos onde judeus, muçulmanos e cristãos em especial os católicos travaram batalhas pela capital de Israel e o fim dos confrontos além de acordos por uma decisão que satisfaça à todos os lados para garantir uma convivência pacífica entre os lados parece estar longe de se tornar realidade; quase um milênio depois, assistimos diariamente aflitos um grupo autodenominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ou ISIS da sigla em inglês também chamado de EI ou simplesmente Estado Islâmico, ascendendo um poder bélico assustador depois de uma revolta iniciada em 2011 contra o governo de Bashar al-Assad, na Síria, logo após a retirada dos soldados americanos da linha de batalha contra o governo de Saddam Hussein iniciada em 2003. O ISIS com a proposta de estabelecer um estado formado com base na sharia, lei fundamentada na aplicação religiosa do islã trazendo de volta o conceito jihadista ao oriente médio, especificamente na região do Levante que inclui a Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, dentre outros; segue uma linha ideológica extremista e uma interpretação radical das escrituras islâmicas promovendo uma violência religiosa sem fim; Dentre suas atuações estão listado ações como a decapitação, enterro e queima de presos vivos capturados e sequestrados considerados como infiéis e que negaram a se converter ao islão além de estupros contra mulheres, o grupo considerado terrorista pela maioria dos países do ocidente faz o uso de uma propaganda poderosa para conquistar novos adeptos e impor sua interpretação das escrituras além de destruir qualquer referência à outras religiões e culturas em territórios conquistados...
De fato a semelhança entre as ideias do EI e as interpretações nocivas do Novo Testamento que só vieram a ter uma mudança teológica em sua interpretação após o tocante Holocausto não terminam por aqui, mas os cristãos e estudiosos se sentiram obrigados e responsáveis para mudar no mais minucioso pormenor dos textos e devem ser tidos como exemplos, onde hoje, estes jihadistas precisam ser combatidos pelos menos radicais dos muçulmanos com o objetivo de resgatar e ou criar uma imagem limpa de sua religião, longe da selvageria em nome da fé que hoje atiça o início de uma batalha que por anos reluta para não terminar.
Por: Luan Carlos